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Esse blog foi criado com o objetivo inicial de fazer um trabalho de sociologia, mas ao decorrer do projeto percebemos que o tema abordado em nosso blog, a violência, pode ser estudado não só como um trabalho de escola, mais precisa ser estudado e entendido para que possamos assim, compreender o conceito de violência e buscar causas para diminuir ou acabar com ela.

Nesse blog, você encontrará, noticias, informações e muito conteúdo sobre a violência em nossa sociedade. Bom proveito.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Rio de Janeiro : Número de baleados é comparado ao de guerras !



A guerra não é declarada,mas as cenas do tiroteio,desespero e correriam já fazem parte do dia-a-dia do Rio. Nos hospitais a quantidade de baleados em busca de socorro é digna de grandes batalhas : só no primeiro trimestre deste ano,1.025 pessoas alvejadas foram atendidas nas principais unidades públicas do Estado. Os dados do Ministério e das Secretárias Municipal e Estadual de saúde mostram que, por dia , são mais de 11 feridos a bala. A estatística não inclui aqueles que não chegaram a ser levados para os hospitais porque morreram antes.
O número de baleados socorridos no primeiro trimestre aumentou 8% em relação ao mesmo período do ano passado. A gravidade das lesões também vem crescendo. Segundo o diretoro do hospital Souza Aguiar, José Macedo de Araújo Neto,devido ao grande poder de fogo das armas usadas por bandidos,um só tiro pode comprometer vários órgãos.
" Os baleados chegam extremamente graves devido ao poder de impacto da bala. Hoje, não é preciso que o projétil entre no corpo para causar dano grave. Tiro de fúzil causa choque 30 vezes maior que o diâmetro da bala. Atendemos paciente que que levou um tiro e teve pulmão,pâncreas,estômago,intestino e fígado perfurados", diz.
O aumento de poder de fogo não é único desafio dos médicos. A falta de estrutura nos hospitais aumentam o drama. Atingindo por uma bala segunda-feira em São Gonçalo,o soldador Carlos José Sampaio,27 anos, teve a perna amputada quatro dias depois. Ele passou por três hospitais.
" O médico do Azevedo Lima (Niterói),disse que a bala não precisava ser retirada,mas a dor continuou.Fui para o pronto socorro de São Gonçalo e só na quarta-feira um cirurgião vascular me examinou e disse que não tinha recursos. Fiquei desesperado. Assinei um termo de responsábilidade para ter alta e vim pra cá. Se tivesse vindo no dia do tiro não teria perdido a minha perna",lamenta o paciente. Carlos,que teme mostrar o rosto porque mora em área de risco,está internado na Unidade de Pacientes Graves do Souza Aguiar.
A falta de recursos médicos também prejudicou o socorro à Universitária Juliana Perreira da Silva,23 anos,baleada dia 26 durante confronto entre traficantes em Realengo.Levada para o hospital Albert Schweitzer,a jovem morreu sem poder ser operada : a unidade não tinha cirurgião vascular de plantão.
O médico Aloísio Tibiriçá,coordenador do grupo de emergência do Conselho Regional de Medicina do Rio ( Cremerj),defende estudo sobre o perfil das unidades. " A mudança no perfil do atendimento é clara em função do aumento da violência urabana. É preciso mapear a rede."
Os dados da secretária apontam que só no hospital Pedro segundo, em Santa Cruz, o número de baleados nos primeiros quartos meses do ano subiu 88,5% em relação ao mesmo período do ano passado.Entre janeiro e abril de 2006,foram 52 atendimentos.Este ano,98.
No hospital Getúlio Vargas,só no mês passado,foram atendidos 87 pacientes baleados. Os dados referente ao Souza Aguiar é que mostram apenas os baleados socorridos em janeiro e fevereiro e indicam 93 pacientes em dois meses.
Segundo a assessoria da Secretária de Segurança,a estatística do terror tem como fator principal o aumento do número de confrontos de policiais e bandidos. Procurado,o secretário,José Mariano Beltrame não comentou os dados da saúde.
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP),foram registrados 970 homicídios na região Metropolitana do Rio em janeiro e fevereiro de 2006. No mesmo período deste ano,o número subiu para 809.

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